Por quem os sinos dobram?

Neste momento de tantas atrocidades

Mais uma guerra declarada

Tingindo e manchando em névoas

Deixando os horizontes escuros

E os arranha céus

Mostrando a loucura desta guerra sombria

E até onde chega a mente insana e tão doentia

Já dizia Hobbes...

O homem é o lobo do homem

E nesta luta contra a ganância e o poder desmedido

Milhares de vidas sendo ceifadas

Mas a que preço?

As lágrimas arrastam para sempre os familiares que choram

Pela falta dos entes queridos

Não, não há vencedores diante de tantas mortes

Nesta intolerância dos povos

Nas discórdias dos grupos, dos líderes autoritários, das multidões

Com os instintos incontrolados

Reprimidos, temidos ou mesmo desconhecidos

Manifesta essa face sombria que pode ser assustadora

Até onde vai os limites da irracionalidade humana

Daqueles que não contém a própria fúria contra os seus semelhantes

A psicose das guerras

A negação das próprias agruras

Aflora o bicho homem

Que precisa massacrar o inimigo

Oh!

Mundo tórpido e adoecido

Mas se ainda conseguir chorar

Diante do sofrimento humano

Nem tudo estará perdido...

Registrando as famosas escritas de Thomas Morus...

"Nenhum homem é uma ilha fechada em si mesma

Cada homem é uma partícula do continente,

Se um torrão é arrastado para o mar a Europa fica diminuída

A morte de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do gênero humano

E por isso, não perguntes por quem os sinos dobram;

Eles dobram por ti..."