Desdita do grande Eu
Dediquei minha vida com um único objetivo…
Objetivo pelo qual me fez percorrer caminhos dolorosos muitas vezes impensados.
“Arriscar o impossível” é o que sempre me impulsionou.
Dentro de mim não há espaço para escuridão
Porque nas nuances de cada década as dores forjaram aquilo que me tornou homem…
Cada porta fechada, cada recusa, cada não….
Cada relacionamento perdido devido as fragilidades econômicas que outrora me acometera….
Pensei que o dinheiro seria a chave do meu crescimento….
Ilusão, frágil ilusão de um
Homem imaturo que fantasiosamente se apegava na ideia de “ter” para poder ser feliz….
E anos se passam, sem beleza, sem dinheiro, sem trabalho fixo, sem rede de apoio, sem amor do outro(a) e muitas vezes sem amor próprio...
E a desdita se desenlaça com pitadas de dores;
Refogada de lágrimas no escuro.
Nos recônditos de minha alma
Uma luz, como um guia me leva sobre o vento,
Me endossa a potência para me colocar à prova.
O mundo sempre me viu
Mas nunca me conheceu.
No olhar tudo foi possível, inclusive criar o que não é real.
E assim fui nomeado, julgado, diminuído.
Todavia, há luz em meio a escuridão….
E arriscar o impossível, foi o possível…
E do impossível olhei pra dentro
E descobri que segurança, sensibilidade, desejo
Eram intrínseco ao meu ser
Aquilo que não me foi nomeado foi aprendido, adaptado.
Assim deixo de ser o “Mais Um” do não saber.
Me torno ator, protagonista, executar daquilo que desejo ser.
Ser bom não é uma escolha minha.
Ser bom e um estado da alma.
Fazer o bem me movimenta sempre à frente
Mas infelizmente minha,
nossa maior barreira e superar nosso próprio Ego.
E entender que fazer o bem, nem sempre teremos o bem em retorno.
Palavras sobre a tinta e a pena na mão
Para registrar o que jaz no coração.