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Palavras repetidas,

sob mesma emoção, 

acabam por seguirem em vão,

no vão do nada

onde nada preenche.

 

Entre o frio e o quente

mudam-se nomes e datas, apenas,

Helenas de Atenas,

do Chico e Boal.

Sonhos, cavalos alados,

prazeres, sol e luar.

Dia, noite, colo, gozo.

Pouco criativo, talvez,

mas a bola da vez.

 

Calor, paixão, canção,

gemidos e sussurros.

"Arde sem se ver", diria Camões.

"Fui teu, foste minha". O que mais, Neruda?

"Amar não é aceitar tudo", Vladimir,

nem todo amor é vagabundo,

há os que querem viver 

em cada vão momento, Vinícius,

e os que "ardem sem se ver",

ardendo nas chamas de Camões.

 

Morre o poema ficando sujo.

Bela,bela, mais que bela,

mas como era o nome dela?

"Perdeu-se na carne fria,

perdeu-se na confusão

de tanta noite e tanto dia.

mas como era o nome dela, Gullar?

 

Ah, não sei não!

TACIANA VALENÇA
Enviado por TACIANA VALENÇA em 23/02/2022
Código do texto: T7458445
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