O que seremos...?

E à noite, as luzes inundavam as ruas silenciosas e vazias pela pandemia... Sequer o barulho das rodas de um carro se escutava... Ao longe, janelas mal iluminadas dos apartamentos traduziam a nostalgia de uma sexta-feira melancólica sem bares, sem cervejas, sem aglomerações, sem pares. A cidade beirava a morte. Enlutada, lutava por uma sobrevivência com cortes e, sem perspectivas, alcançava um novo dia...

Nos rostos encobertos, desconhecidos olhares buscavam atenção, alguns apressados, desconfiados, outros à margem, escolhiam passagens, encolhiam-se nas calçadas, escondiam-se da multidão...

E a vida escorre...

Não só de pandemia se morre...

Eram armas de fogo, armas brancas, cânceres, diabetes, HIV, solidão, depressão, males insistentes, recorrentes...

O amor se fez ausente e com essa presença viral ficamos reduzidos a desesperança. E, se não nos mantivermos afastados, o mundo voltará a ser um deserto, dominado pelos reinos animal e vegetal. Fauna e flora, rios e lagos, infinito e oceano comungarão o vazio do homem insano!

bmh@ 19/02 /2020

Bárbara Hupsel
Enviado por Bárbara Hupsel em 20/02/2022
Reeditado em 21/02/2022
Código do texto: T7456515
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