Eu sou chama!

Tempo... Eis o tempo no qual se vive,

Sem perceber e sem escolha, tudo flui ou desaparece. Não sei!

Os ponteiros não param e eu, parado, penso no que um dia talvez serei,

Para que se descubra, um pouco mais, à respeito de como realmente se convive!

O relógio a mil, infindável contagem trágica,

Mesmo parado, não descansa,

E eu, que me movo sem atingir qualquer lógica,

Sinto-me como alguém que aponta para o céu e nunca o alcança!

Movimentos opostos, mas paralelos,

O objeto inerte conta inícios, meios e fins,

O sujeito andante passa pelo inferno incalculável e sofre seus abalos,

Enquanto emoções, sentidos e atitudes escondem seus confins!

O relógio é infinito e sistêmico,

De diferentes formas, ele continuará,

E eu? Que apenas tenho sido insignificante e cômico,

Eu sou chama que um dia apagará!

E como chama que se preze, alguma marca será deixada,

Pois um dia, longínquo ou próximo, um significado surgirá,

E para que se tenha a clareza do que representa toda uma jornada,

Como tudo que significa a arte, a mesma chama, um dia, ressurgirá!