Divertidamente
A lágrima no olhar
Devidamente contida (ou nem tanto)
Enquanto as emoções colidem, assim, sem qualquer aviso
Levando a um mundo em desequilíbrio (difícil de suportar)
E o que sobra é a tristeza, nascida, alimentada e treinada pelo caos
A inocência, reduzida a fragmentos sem um pingo sequer de esperança
Complicados o bastante para uma possível reconstrução
Se não fosse a ação do Tempo, o dom que esse eterno possui
De quase sempre curar, desde as mais clássicas feridas
Até as mais recentes e infantis (inevitáveis) decepções
E de um momento desagradavelmente melancólico
Somos resgatados para um universo de cores, sabores e canções
Onde o sorriso, mesmo aquele mais encabulado, é lei (e contagia)
Onde tudo que já deu certo e que já foi superado, é revisto
Desde um abraço inesperado até a vitória, das surreais, a mais
Sentimentos em harmonia, selando a paz (muito bem vinda)
Entre o que se pensa e o que se é atingido, em termos de coração
Levando ao entendimento, que ninguém é só, que ninguém se faz só
Enfeitado de orgulho, vaidade ou qualquer (e tola) manifestação do ego
É de “um do outro” que se faz, que se vive, esta vida, tão lindamente incerta.
Claucio Ciarlini (2016)
* Poema inspirado na animação Divertidamente.