Divertidamente

A lágrima no olhar

Devidamente contida (ou nem tanto)

Enquanto as emoções colidem, assim, sem qualquer aviso

Levando a um mundo em desequilíbrio (difícil de suportar)

E o que sobra é a tristeza, nascida, alimentada e treinada pelo caos

A inocência, reduzida a fragmentos sem um pingo sequer de esperança

Complicados o bastante para uma possível reconstrução

Se não fosse a ação do Tempo, o dom que esse eterno possui

De quase sempre curar, desde as mais clássicas feridas

Até as mais recentes e infantis (inevitáveis) decepções

E de um momento desagradavelmente melancólico

Somos resgatados para um universo de cores, sabores e canções

Onde o sorriso, mesmo aquele mais encabulado, é lei (e contagia)

Onde tudo que já deu certo e que já foi superado, é revisto

Desde um abraço inesperado até a vitória, das surreais, a mais

Sentimentos em harmonia, selando a paz (muito bem vinda)

Entre o que se pensa e o que se é atingido, em termos de coração

Levando ao entendimento, que ninguém é só, que ninguém se faz só

Enfeitado de orgulho, vaidade ou qualquer (e tola) manifestação do ego

É de “um do outro” que se faz, que se vive, esta vida, tão lindamente incerta.

Claucio Ciarlini (2016)

* Poema inspirado na animação Divertidamente.

Claucio Ciarlini
Enviado por Claucio Ciarlini em 13/02/2022
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