CÉU NO SERTÃO

Vejo mar no céu azulado,

no céu lírico do sertão,

onde nadam traíras e robalos

nas águas da imaginação.

 

A fome aguda é saciada

no céu imenso do sertão,

nas nuvens apressadas

que inspiram libertação.

 

Nesse manto estrelado

do céu azul do sertão,

igual a coco ralado,

voam as nuvens na visão.

 

Dorme a esperança

no céu azulado do sertão,

para saciar as crianças

com sonhos de café e pão.

 

Nascem poças esparsas

no chão molhado do sertão;

açudes, tambaquis e garças,

criando ilhas no coração.

 

Passeiam os vaga-lumes

na escuridão do sertão

lançando luz e perfume,

ao flertar a imensidão.

 

Alento eterno ao meu olhar

em noites de escuridão.

Clareia-me o lume do luar,

lá no céu do meu sertão.

 

- Café & Abreu -

 

(Como é bom reencontrar um amigo e com ele festejar a vida. Esse poema nasce desse encontro com o querido José Carlos Café Alves. Tocador de viola, gaita e violão. Dia de alegria o nosso reencontro ao som da percussão de Denise e com a voz macia e acolhedora de Sandra. A força da nossa juventude estava representada em Brianne Oliveira com o seu olhar atento. Foi assim o nosso dia 02 de fevereiro. Café, artista visual e cartunista de muita sensibilidade e de grande poder de criação, nos presenteia com seu lindo desenho. Odayá!)