Rosas de plástico
Rosas de plástico - Marta Souza
Da substância orgânica que vieste,
disposta a ser moldada, modelada,
aquecida, tingida ou pintada.
Aparentemente és fria sem vida,
Beleza morta!
Mas se a beleza está nos olhos de quem vê,
então é assim que te vejo:
Linda, na sua forma pura, mesmo rígida, dura,
a ornamentar a casa e a alegrar um canto
qualquer, quase esquecida.
É lindo observar, a inocência dos beija-flores
que arriscam cruzar a janela semiaberta,
atraídos por sua beleza, a procura do néctar
que parece estar em ti.
És insignificante para muitos,
especiais para outros que a vê, mesmo sem pompa,
Encantando momentos distintos.
És singela ao celebrar a vida,
Indiferente ao enfeitar a morte.
Rosas de plástico,
Simples na sua essência, desprovida de aromas,
mas, bela diante de um olhar puro,
despretensioso, inocente, sensível,
que a vê cumprir sua saga,
não com vitalidade, mas com durabilidade.
Então, que sejam eternas enquanto durarem,
As belas rosas de plástico.