TERAPÊUTICA ( I RACIONAL) - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros

TERAPÊUTICA ( I ) RACIONAL - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros.

Quando a dor brinca de amar com a solidão,

A razão não sabe mais o que pensar

E observa, com cautela, o coração

Que se abriga na emoção... para sonhar.

A razão é um robô reprogramado,

Toda vez que o silêncio titubeia,

Ele a faz olhar, de um leito apaixonado,

Para quem, na sua pele, devaneia.

Ela assiste à festa e cada convidado

É o sonho, o abandono, o medo, a dor,

A paixão, a ilusão, o olhar calado,

O encanto, o desencanto e o amor.

Quando, enfim, a festa acaba, a saudade

Sorridente ou triste vem e a desafia,

Ela finge que não sentir felicidade

Ou tristeza, riso, choro ou alegria.

Os felizes abrem mão dos seus receios,

Os tristonhos colecionam sofrimentos,

Passsionais... realimentan seus anseios

E a razão... ouve a razão... dos sentimentos

E não dorme... avisa, explica, adverte

Quem se entrega à sensação mais desvairada

De quem vive o amor e se diverte

Ante os olhos da razão...pobre coitada !

Ela posta-se no espelho e, quando alguém

Vem fitar-se, ela mostra algum defeito,

Mas o sonho de quem ama, faz tão bem,

Que a razão abre até mão do preconceito.

Ela sabe que miopia passional

Não enxerga as corredeiras e se joga

De maneira insensata... afinal

A paixão não é amor fazendo ioga.

Ao mirar os precipícios, entretanto,

Passionais de quem hesita ante o pecado

Sedutor... e prazeroso, um mudo encanto

A possui... e o seu bom senso jaz... ao lado.

Amanhã é outro dia, ela pensa...

De trabalho racional... de solução...

Mas se alguém se amou... e amou,

o amor dispensa

Os conselhos arbitrários... da razão.

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