A contemplação da feiura como matéria sem substancialidade.
Passado é passado, para mim nunca existiu, nego a existência do tempo, dos fatos, sou apenas o instante como ilusão do futuro.
Não tenho saudade apenas ficção ideológica, sem valoração afetiva, sei o que sou, nego o que fui, deste modo, será a minha eternidade.
Prefiro entender a bobagem da vida, como se nada existisse e de fato nada existiu, o tempo se perdeu na imaginação sem sentido.
Com efeito, reflito que inúteis foram as proposições, resquício do nada que por mim não será recordado.
Então retiro tudo, até mesmo minhas palavras, etimologias perdidas, quem sou epistemologias esquecidas.
Prefiro olhar para infinito, contemplar o azul cosmológico, a cor universo para mim faz sentido.
O resto é o resto, neste momento fluidos, algo sem utilidade, comida apodrecida.
Então quero entender os mundos paralelos, não uma coisa completamente desfigurada, feia e envelhecida.
Prefiro compreender o pensamento, como efetivou a cognição, gosto da beleza, não da estupidez, sabe quando você olha e corre de medo, tem pesadelo tamanho é a gravidade.
Deste modo, prefiro o futuro, o passado foi esquisito, o mundo sem grandeza, tão somente um sapiens demente teria alguma preferência.
Prefiro olhar para o céu, ver o brilho das estrelas contemplar a sorte que tive, fugir do estrupício, a sabedoria do destino, a grandeza da alma por entender a pequeneza das coisas perdidas
Entretanto, ainda sei contemplar tudo que merece ser admirado, não a feiura de algo sem sentido.
Assim sendo, a vingança das destinações, sei quando a coisa não representa nada por ser insignificante.
Edjar Dias de Vasconcelos.