Manivela poética

Minha força se equilibra

por cima das prateleiras.

Vale mais do que muitas coleiras

Vale menos do que muita libra.

As vezes, mas só as vezes,

Eu queria que os nossos meses

fossem de descanso.

Onde eu escolheria a hora que me canso

e fugiria do tédio, procurando fregueses!

Mas o mundo

paleta de cores, roleta de continentes

torna-me o trabalho penitente

e a cédula sem fundo.

Minha força é arcada? Um otário? Só coração?

Ou é uma bomba hidráulica?

É força aplicada? Um escapulário? Só ação?

Ou é uma sombra áulica?

Aulas de poeticidade

e jaulas de uma poética cidade

que completa a visão

com incompletas verdades.

Eu sou uma canção.

Talvez, poeticamente, repetida

misturada a centenas das mesmas frases-problema

filho da maníaca e poética escansão.

Ou será ex-canção?

E como se acaba um poema?

Tal como se acaba com vida...

Assim mesmo! Sem estrofe colorida!

Sem rosto e sem coração.

srpoetrus
Enviado por srpoetrus em 28/01/2022
Reeditado em 28/01/2022
Código do texto: T7439801
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