Devaneio
Um encontro nos laços dos abraços sentidos!
Entre as partes dessa poesia insipiente, claudicante,
um pouco de rima desse seu corpo aconchegada, enfeitiçando.
No ardor convincente desse monólogo, minha solidão,
permanentemente perscrutando sua boca, nessa recusa.
Na distância desse sentimento presente, lembrando distancia,
segredam sua silhueta leve, em desalinho, dissimulada.
Reconforto-me nessa busca constante, mareado,
com a perspectiva dessa boca amada, enternecendo-me.
Estático permaneço mudo na mirada desse corpo febril,
inundando de delícias essa casa em que me abrigo.
Saltando do teu decote, esses seios leves, alvos, efêmeros,
retornam a minha memória, revolvendo os meus sonhos impertinentes.
Delicado busto dorme delicadamente na minha cama.
Já não quero que amanheça nesse dia frio de amores e sofreguidão.
Nesse encontro de abraços, enlaço meus delírios,
aprisionados na quietude dessa noite, que anoitece, nesse quarto.
Seus sussurros são deleites aos meus ouvidos.
Seu arfar disseminam esperanças entre beijos, nessa perseguição amorosa.
São frágeis os laços que nos tocam, nesse dia anunciando sua partida,
agonizamos, imprudentemente, entre lençóis e arquejos.
Descompassos dessa vida de incertezas e desejos,
entorpecem meus sentidos nessa confusão de sentimentos.