Abandono tortuoso
Somos cúmplices de algo que não entendo!
Às vezes é sentimento intenso,
noutras, frieza de replicantes,
penumbra indevassável, sem fluxo, eterna.
Olho-me no espelho, penso!
Vejo os musgos, estrelas, nos meus sonhos.
Lentamente desprezo minha vontade de lutar,
nessa inconstância permanente.
Impele-me o moinho visionário.
Desprezo o que não posso entender, conquistar.
Soturno, olho a foto abandonado,
Fotos relembrando sua partida tão repentina.
Tortuoso, sigo esse caminho,
que me afasta de você, nessa ausência de cumplicidade.
... já não sou nada, na falta desse abrigo,
Sem os afagos de suas mãos, sinto-me prisioneiro desse abandono.