ESTRADA BATIDA
Quando a estrada é tão singela
O amor verdadeiro fala por si
Planto essência da minha janela
Deixando lágrimas a fluir.
Lá bem distante
Posso ouvir o meu pai me chamar
No batido da foice
Limpando o roçado
A esperança bate no meu peito
Dessa juventude que não vê
O que meus olhos já viram.
Nas manhãs com sol ou chuva
Os meus pais e meus irmãos
Pegavamos as tralhas para irmos trabalhar
Na labuta desde cedo
Buscando o sustento para o lar.
Desde pequeno no arado
Virando o barro na junta de boi
Preparando o barro para o solo fecundar.
Minha mãe prepara o café
No chaminé a essência a fumegar
Deixando o rastro no roçado
Alertando o dia está por raiar.
Sou caipira deste mato
Onde o gritos das boiadas
Na madrugada alerta o sono
O convite do bom dia
Vem lá do curral.
Sou amante da terra
Aqui eu nasci , aqui quero findar
Meu pai já está em outro plano
Minha mãe continua a trabalhar.