papiro...
Papéis, pincéis, penas e poesias!
De árvores encantadas, frondosas...
Quantas folhas derrubadas, secaram
Para que células pudessem virar pergaminhos
Que rascunhando manuscritos num cantinho,
Versos de dores e de amores, guardei!
De aves mansas, plumosas...
Quantas penas raras, arrancadas
Se fizeram mágicos pincéis, de pontas agudas
Tingidas amaciadas, com formas e curvas
Que depois, vários poemas de amor, rabisquei!
Dos sonhos, todos luminosos...
Quantos, dias quentes e noites claras
De ‘sóis’ fortes e luas cheias prometidas
Dedicadas, à amores dessa vida
Que desenhando quimeras, dourei e prateei!
De flores coloridas, tantas...
Quantas fiz, se despetalarem ao chão
Para o bem-me-querer, bem do seu lado
Trocando o mal do não desejar, pra poder ser amado
Que eu acariciando-as, osculei e pós, copiei!
Sobre todos os desenhos e coloridos...
Quantas pinturas, minhas vistas decoraram no espaço
Nunca querendo vencer os olhares, descidos dos céus
Só tentando extrair o teor doce, do néctar que lambuza o mel
Sob flashes de arco íris, que filmado no horizonte, me encantei!
Dos passarinhos e borboletas voantes...
Quantos ninhos os vi, e em quantas cercas...
Querendo sentir e ouvir, seus gruídos e gemidos
Tentando decifrar os segredos de seus voos perdidos
Que bem quietinho, e em deslumbre, cochichei!
Dos homens e mulheres, más...
Quantos pediram perdão, bem mais de uma vez
Jurando e prometendo solenemente, vieram perjurar
Voltar, enganar, ludibriar e em sanha, se locupletar
Que mesmo assim, eu tolo e ingênuo, de novo acreditei!