Agora? Agora devemos gritar.

Esses últimos dias eu estive me questionando. O que meus textos podem acrescentar ou edificar algo em alguém?

Poderia por acaso um grito criar crepúsculo? Poderia por acaso um grito fazer mais além de ser escutado?

Talvez, a verdade, sim, a tão temida verdade é que escrevo a vós não para construir ou para levantar alicerces, mas sim por necessidade e sobrevivência.

Caso não fosse assim, não haveria necessidade de entendimento e compreensão. Compreensão de nuvem carregada; compreensão de aguaceiro descontrolado que clama, sim, clamamos por compreensão e entendimento.

Mas por acaso, há alguém que vá entender os motivos de um furacão ser?

Mas por acaso, há alguém que não vá apagar o fogo de um incêndio natural?

Vos pergunto, se pudessem, beberiam do copo de entendimento? beberiam essa luz líquida para tirar o gosto agridoce e mal temperado de meus gritos escritos?

Mas, se não há nada além de grito, se, se não se não se não, não há nada além de clamor; acho que o que me resta

é guardar esse momento, guardar esse momento bem aqui.

E seguir em frente, agora, talvez, apenas talvez, seja o ponto mais escuro da noite, ou talvez, eu esteja prestes a raiar no horizonte.

talvez, se amanhã o sol ainda raiar para mim.

Vai ser hora de me levantar.

e viver, sem hesitar.

André S Albuquerque
Enviado por André S Albuquerque em 13/01/2022
Reeditado em 14/01/2022
Código do texto: T7428627
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