Lirismo

Não consigo perceber como há guerras e fomes,

quando o vejo a correr por entre crianças

e seus sorrisos espontâneos me contagiam,

fazendo-me esquecer desses tempos,

tornando-me confuso em relação aos homens.

Lembro-me dos poetas com suas poesias frustradas,

quando o vejo a perseguir a idade e você cresce

na claridade resplandecente desses dias, impregnado de calor!

Muitas coisas passam, enquanto outras surgem em sua vida.

Preocupo-me com seu descobrimento, suas incertezas,

quando você fica sério e vazio, nesses tempos transparentes.

Não imagino o que possa lhe ocorrer nestes momentos.

... e não vejo arte nessas fotos de criança errantes,

por tudo o que esses meninos possam estar pensando.

Parece-me que estão surgindo reflexões em sua cabeça!

Isso me preocupa, me entorpece, me entristece,

quando vejo em seus gestos aflitos, nas suas inquisições,

quando me olha, fico sem saber e sem respostas.

Queria poder ouvi-lo e brincar suas brincadeiras,

mas você foge dos outros, cheio de doçura, tornando-se solitário,

então fico a imaginá-lo e do pouco que me recordo,

em seu convívio, componho dúvidas e incertezas, confundo-me.

Você representa o alicerce desse mundo em exaspero.

Futuramente sua luta será grande, se você perceber as construções,

nessa caminhada e nesses erros que se repetem nos homens.

Por isso, não lhe falo de guerras, ainda que me pergunte...

Já não me sobra nada para dizer.

Minha inspiração limitou-se a tão pouco!

Você que é tão rico, tão vasto, ficou em uma mera folha,

que nada ou quase nada pode refletir desse seu corpo frágil

e de suas interrogações firmes, entre dúvidas.

Nada posso fazer, não sou capaz,

Sou apenas uma pessoa que o ama,

que espera, confiante, que você seja criança,

por muitos anos e sem porquês...

JTNery
Enviado por JTNery em 12/01/2022
Código do texto: T7427553
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