Introspecção
Fragmentos é o que resta!
Sem contorno, nem saída,
mundo mecânico, corpos vazios,
olhos aflitos, nessa entrega.
Tédio quebrando o silêncio,
silêncio reticente nessa ausência,
ausência vaga nessa luz precária,
sublimando meus sentidos, sem piedade.
Cilada nessa cidade vazia,
nessa casa de paredes simples,
entre ruas tortuosas, esmaecidas,
meneando minha vida, em conflito permanente.
Fragmentos, reminiscência, imprecisão,
dissipando-se nesse corpo inerte,
sem lágrimas nesses olhos tristes,
sem esperança, nesse ar tristonho.
Cheiro de espanto, nesse amor edificado,
num precário fim de vida,
eternamente nos meus tantos anos passados...
martirizando meus sonhos poucos, desencontrados.
Cilada, só cilada esses sonhos fragmentados,
ferindo, vitimando meus últimos desejos,
embotando todos os sentidos,
sem dor, nesse deserto insípido, eu me entrego.