PÓSTUMAS

 

Não quero ser praça .... sem graça.
Eu quero ser rua que corre,
No vai-e-vem de quem passa.

Não quero ser livro ... sem fala.
Eu quero ser voz que ressoa
No coração de quem cala.

Não quero ser foto ... sem vida.
Eu quero ser vídeo que move
Dentro da alma contida.

Não quero ser tumba ... sem pressa.
Eu quero ser cinzas que voam,
No coração que arremessa.

 

Não quero ser queixa ... sem guarida.
Eu quero ser canto que ecoa,

No vai-e-vem desta vida.