Incerto Amor
Incerto Amor
O amor tem mesmo suas facetas
Envolve-nos em embrolhos e enredos
Exige-nos táticas, segredos
Obriga-nos mudanças completas
Por que o amor, tão bom e necessário
Luz e calor de nossa existência
Sagrado perfume, pura essência
Cobra-nos então alto salário?
E às vezes por um passo em falso
Um sorriso, um olhar desavisado
Ou pura artemanha do pecado
Pisa-se no chão com pé descalço
E nesse caminhar incerto
No qual se abandona a alma
Onde há pressa em meio à calma
No qual o longe vive tão perto
Nesse caminhar, fim do começo
Ponto de encontro dos perdidos
Fonte de paz, consolo aos sofridos
Mesmo que o certo pareça o avesso
És, amor, ainda que distante
O chão de terra firme e batida
No qual se caminha a dura vida
Vida inteira num só instante
Por isso, amor, me entrego a ti com fé
Sem me importar com suas surpresas
Quero me encontrar em suas certezas
Ser essência daquilo que se é
Divino de Paula