Minhas Reflexões
E quando quis pegar todas as minhas reflexões e colocá-las em um papel, todas elas sumiam. Talvez porque pensasse demais para escrever ou talvez porque eram verdadeiras demais, melancólicas demais ou até duras demais para que fossem escritas. Já não queria escrevê-las, nem a caneta se sentia amiga do papel e o papel simplesmente fugia janela a fora com a mesma brisa do vento que me fez refletir tanta coisa, levava embora toda a minha literatura.
A verdade é que sempre fui um homem médio, de um metro e sessenta e oito, não somente na altura, mas também em tudo que se vivia. E se fosse possível escrever tudo que refletia, o que pensava, não seria nada mais, que somente a história de um rapaz comum, mas que rapaz comum que escreve sua própria história? Nunca fui um vencedor. Sempre venci sobre mim mesmo e mesmo assim não conquistei coisa alguma, acho que é assim que se cria os vencedores. Um homem médio que se sentia medíocre somente por não ter tantas conquistas como os homens médio. Sua vontade era tanta de ter o que os homens médios desejam, que se questionava se era realmente medíocre ou se o deveria ser somente pela maioria? Subia um pouco somente porque sua alma o elevava, mas mesmo assim não era nada, não corpo, não era médio, não espírito, não era alto, era o que era ser saber o que deveria ser.
Se tudo lhe saísse da cabeça só ficaria os breve instantes que ficaram marcados eternamente em sua alma. Aquilo que o mais tocou. Que viveu uma infância perdido, uma adolescência perdido e só se descobriu jovem depois de certa idade. Tinha mania de velhos, tinha mania de não saber nada, somente por saber que o que sabe já limita a completa verdade.
Não tinha altas aspirações e quando as tinha elas mesmas venciam a batalha a qual ele nunca quis batalhar. Sabia muito do que não era, mas nunca soube o era. Queria poder escrever todos os seus pensamento e que o mundo o visse como veio ao mundo, não em um corpo, mas somente as coisas do espírito mais profundo, que se tocava apenas com alguns. Não era como som dos cantos dos anjos ou a bonita lira de Orfeu, era mais uma nota sem nota, que nunca ninguém percebeu.
Não, não era tão grande como meus sonhos.