NAÇÃO ALEGRIA
Mano, mano,
mulato, pardo,
branco, nativo,
mestiço, preto,
não nego.
Estou confuso,
nervoso com tudo,
é muita confusão,
gemidos e escravidão.
Mano, manhoso
tua cuca,
teu canto recôncavo
é o avesso de nós.
Maluco, mítico,
teu ritmo, teu samba,
ainda será
a nossa saída
ou a nossa cruz.
Bossa, baião,
carnaval e cuscuz.
Cerveja,
talvez tanta festa
festeje a nossa
eterna tristeza.
Rio, e rio,
a correnteza
desse jeito
nos levará para longe,
para o recomeço.
Tropeços, acertos,
não faz mal,
no terreiro, na avenida
ou no quintal.
Levarei com certeza
o sorriso além do sol,
além de mim,
pois sempre será verão
na nossa terra,
nessa alegria geral.
Bantos, Tupis, Guaranis,
e a Velha nação
aos bandos,
todos nus, quase nus
irão ressurgir
dos matos, marés
florestas e rios,
para nos guiar.
Axé, oxalá,
Jeová, com fé
e as bençãos
de Iemanjá.