PÉS NO CHÃO
Cobre-se de sofrimento um homem
Quando a expectativa não se cumpre
Mais distante o topo da montanha
Para quem mira acima do cume
Cegos olhos seguem a miragem
De algum lúmen fausto e distorcido
Quando o peso dos limites óbvios
Rende-se ao espelho de Narciso
Vê-se trevas onde reina a sorte
Pelas mágoas evita-se os beijos
Cai a noite no ensolarado dia
Se nuvens nem tocam os desejos
É vital cultivar nossos sonhos
Ao longo da curta viagem
Sem se perder na luz que divisa
O possível do sonho inviável