LIVRO CIGANO
Estendo minha mão para a cigana
em pleno movimento da praça da Sé!
Ela dança com seus dedos
sobre as linhas de minha mão,
lendo em sua palma,
o futuro, passado e presente!
Mas o que mais, sem saber, ela me elucida,
e percebendo isto sinto toda a emoção,
que não foi a mão que capacitou a escrita,
foi a escrita, na palma, que escreveu a mão!
Mais do que o destino ou a linha da fortuna,
que a analfabeta cigana lia com seus olhos atentos,
percebi que minha mão, é o livro de minha vida aberto,
e que não a bela senhora cigana,
mas sim eu é que sou analfabeto!