Para Não Dizer Que Não Falei das Dores (II)
O que é eterno
É o que sempre pode ser recordado.
Vem lá do Futuro
Esse Presente tenso
Com cara de Passado
No verde quadro negro
Uma lousa limpa com algum pó de giz
Recordações de Outra Vida –
Ah, eu não admitia – mas como eu era Feliz!
De repente da Bossa fez-se a Fossa
Missa Negra do Silente Sorriso
E num simbólico aceno incauto
Feito o Decreto do Diabólico Arauto
Com seu Olhar Demente, embora Preciso,
A Vós o Espetáculo Supremo – estamos na Roça!
Para onde vamos?
Ainda não nos foi permitido saber –
Mas insisto na Velha Máxima do Vandré:
"Quem sabe faz a hora, não espera acontecer"
E qual tímida bandeirinha de São João
Sorri, Bela e Inteligente Mocinha
Essa Singularidade, tão Calminha,
Parece nos manter com os pés no chão
E eu sei dizer que já é tarde
Antes mesmo de ter começado
E sem ter feito o menor alarde
Ainda vejo o Sonho Acorrentado!
Ah, Poeta!
Não foi dessa vez!
Cala no Peito a dor tua
E encara sem medo a nua verdade –
Melhor sair enquanto há tempo
Do que ver o fim quando já foi tarde...
(Passarei; Passaremos!)