O medo e a ousadia

Cruza um cavalheiro bem distinto com uma dama

toda elegante com trejeitos de madame.

E de soslaio sempre tenso e vacilante,

a olha e segue, para contemplá-la adiante.

Ela o vê e mira-lhes os olhos sempre altiva.

A encará-lo interessada e assertiva,

mas o destino manipulando o seu enredo

escreve o ato que define o fraco senso

deste Senhor que escolhe e segue o seu degredo.

A nobre senhora, mais direta e otimista,

não lamenta pois entende a sua sina.

Segue em frente decidida, conformada, bela e fina.

Enquanto aquele sempre ao vê-la muda a vista.

Eis que a atitude mais normal do dia a dia

é fugir do laço da loucura enquanto é cedo.

Pois é impossível ignorar o próprio medo

que admira, mas teme e repele a ousadia.

Adriribeiro/@adri.poesias

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 12/12/2021
Reeditado em 12/12/2021
Código do texto: T7405708
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