O medo e a ousadia
Cruza um cavalheiro bem distinto com uma dama
toda elegante com trejeitos de madame.
E de soslaio sempre tenso e vacilante,
a olha e segue, para contemplá-la adiante.
Ela o vê e mira-lhes os olhos sempre altiva.
A encará-lo interessada e assertiva,
mas o destino manipulando o seu enredo
escreve o ato que define o fraco senso
deste Senhor que escolhe e segue o seu degredo.
A nobre senhora, mais direta e otimista,
não lamenta pois entende a sua sina.
Segue em frente decidida, conformada, bela e fina.
Enquanto aquele sempre ao vê-la muda a vista.
Eis que a atitude mais normal do dia a dia
é fugir do laço da loucura enquanto é cedo.
Pois é impossível ignorar o próprio medo
que admira, mas teme e repele a ousadia.
Adriribeiro/@adri.poesias