Festas Juninas
Noite de lua cheia sem nuvens no céu.
São João não apareceu, nem seu cordeirinho
Ouvem-se pipoucos esparsos de raros foguetões
Bombinhas explodem discretamente, uma aqui, outra adiante
Não há fogueiras nas ruas. Só um acre odor de fumaça é sentido no ar.
A pandemia do covid-19 é o tema das quadrilhas juninas que não se apresentaram este ano.
Tudo agora é midiático. Cibernecticamente mostrado
Nas lives, nos celulares, nos blogs
Mas as ruas estão desertas.
O lock down faz a festa de São João parecer uma noite comum.
Sem shows pirotécnicos, sem balões, sem nada...
As bombinhas juninas foram substituídas por torpedos de oxigênio nos hospitais
Os fogos de artifício por sirenes e luzes de ambulâncias
As procissões por cortejos fúnebres.
As crianças não aparecem mais nas ruas.
Nelas o que impera é o medo da violência, dos assaltos intermináveis, dos estupros, dos assassinatos.
Há agora, um serial killer pardo, um psicopata matador solto pelas matas de Goiás.
Há cerca de quinze dias o perseguem sem êxito.
Todo o aparato policial e efetivo militar da região não o capturaram ainda.
E ele continua fugindo e marcando o seu caminho com sangue e balas.
Por se parecer com o cruel insano um inocente pardo foi linchado até quase a morte, por apenas parecer com o delinquente.
No Planalto, a CPI da pandemia é um pandemônio de beldades.
Verdadeira fogueira de vaidades. Este cenário político, sim...
É uma verdadeira festa de São João!
Natal, 23/06/2021