Laudo amargo!
O laudo de um câncer não é como comprar um carro...
E nem mesmo, tomar um sorvete.
Não é tomar banho de chuva;
Não assistir ao filme preferido;
Nem, tampouco, lê Clarice ou Tiago de Mello.
O laudo de um câncer é amargo!
Completamente amargo!
Te leva a uma viagem interior e te interroga sobre a origem do maligno!
Que pode se tornar?
Quando ou por quê se alojou ali?
E sendo (maligno), quanto de mal há nesse parecer?
E quanto de maldade há no seu olhar?
Escolhi ler o laudo mergulhado no rio;
Mergulhei para fixar o meu reflexo e ele afundou;
O laudo se desfez e fui com ele;
Impressiona a rapidez como imergiu!
O laudo mergulhado é meu.
Ninguém vai sentir por mim esse prazer de vê-lo se desfazer nas águas do rio...