Ares de dezembro
Ora uma brisa mansa sopra à toa,
Sem destino, sem rumo definido,
Arfando um triste e tímido ruído,
Que lembra a poesia quando voa.
E sopra levemente em meu ouvido,
Como trouxesse a mim uma mensagem,
Que pinta uma sutil e doce imagem
Dalgum velho soneto esquecido.
Os ares de dezembro são amenos!
São partes do adeus e dos acenos,
De cada um dos dias de Natal.
Que trazem e que levam à lembrança,
A sombra da incrível semelhança,
Entre religião e capital.