EPÍLOGO
A pele do rosto, enrugadas, quebradas pela vida vias engessadas, nessa paisagem.
De agudos vincos marcas no arcabouço, que desenham as geografias desse corpo.
A ver seus dotes físicos e mentais descerem as ladeiras das intempéries do tempo!
Seus olhos entrincheirar-se nos abajures semi-apagados, penumbras, luzes difusas,
Que veem as suas mãos gastas, as veias expondo rotas..., dobradiças enferrujadas!
E em que pese os seus hábitos do passado, confronta-se, numa sociedade hodierna,
De solidões coletivas o seu entusiasmo sai dos trilhos e os resquícios segura a vida
Os pés, alinhavando, os próprios passos, cosendo as pressas, deixadas no passado.
Passos, módicos, que arrastam o mundo velho e se gastam, na sola desses chinelos.
Cicatrizes ofensas ao seu corpo físico à alma chagas dolorosas, vieses de martírios!
E suas bússolas, já não conseguem distinguir, o norte do sul e não evita naufrágios.
Desejos guardados no pretérito e suas lembranças, seus tirocínios, fazem fronteiras,
E sobre essa linha limítrofe, os sonhos, fantasias, estilo de vida à cata da felicidade!
E nos álbuns, de família, memórias, filmes de terror, esses dramas, essas comédias.
No peito, as pouquíssimas chamas, iluminam alguns focos, das labaredas de ontem
Que se conflagra, nas horas que seu o coração faz o balancete da sua vida amorosa!
Assim, abre a caixa das saudades, e vai contabilizando os encontros e desencontros,
Costurando, suas colchas de retalhos e colando pedaços do que restou de si mesmo!
Hoje os seus pés já não viram mais asas, o que sobrou são tristes, frágeis apêndices!
Mas, não se justifiquem os conhecimentos, as experiências e os tilomas, são troféus.
E os casulos, estão evoluindo, germes, as lagartas, as borboletas, os homens, cinzas...
Albérico Silva