DUELO

Apenas uma arma lhe cabia.

E qual cabresto que lhe punham

à boca, sabia que não podia

errar o alvo, pois seria ele o abatido.

E na confusão tremenda, qual ganido

de cão alquebrado ,

a que a alma lhe acometia ,

como se fora cachorro ferido,

o homem, no lato

sentido do perigo que se encotrava

tinha a certeza : se não ferisse, seria ferido.

Quando já caminhava

para o ocaso a tarde ,

a criatura em questão , retesou o arco.

Soltou a fecha. Errou o alvo.

Seu oponente, sem muito alarde,

o olhou sério e disse : não se abate

o adversário indefeso. Mesmo desses insensatos,

Perversos e miseráveis .

Não volo farei.

A vergonha me cobrirá a face , ato

que reputo tão covarde.

Vai! A consciência é promotor e juiz implacáveis

que acusam, julgam e condenam, seus malévolos atos!

JUCKLIN CELESTINO FILHO
Enviado por JUCKLIN CELESTINO FILHO em 29/11/2021
Reeditado em 29/11/2021
Código do texto: T7396549
Classificação de conteúdo: seguro