OUTRO POEMA SOBRE O INVERNO

OUTRO POEMA SOBRE O INVERNO

Assim como um poema

que escrevi no inverno pretérito,

escrevo outro agora,

com a mesma frieza emotiva

que me aquece o Espírito fraterno.

Sei que a fria emoção vigente,

é a mesma que exala

do estro consciencial,

deixando cair os versos trêmulos

de neve invernosa,

para se aninhar na lareira do poema.

Minha intenção não é escrever

um novo poema, realçando a frieza

poética do inverno, embora

os flocos de neve caindo, ilustre

o frio encanto de magia,

capaz de fazer o poema aquecer-se.

Comparo assim, cada poema invernal

que escrevo, com a frieza

que exala da morte carnal. Conquanto

o corpo rijo não mais sinta

a frialdade da vida morta,

a razão parece não se constranger

com o frio aparente

que envolve o corpo do poema,

porque o calor dos versos

oriundos do estro inventivo,

transforma os flocos de neve

em fagulhas que aquecem

o meu Espírito eterno, ainda que,

poeticamente,

predomine por algum tempo,

a beleza singular do inverno rigoroso.

Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 26/11/2021
Código do texto: T7394137
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