O substrato de um soluço perdido no silêncio da ingratidão.
Você nunca soube o significado de cada coisa, diante da imensidão do tempo, imaginando o que não deveria pensar, a tristeza de perder a vida sonhando, como se não tivesse direito em ver a luz do sol.
O tempo nasceu já no passado, recordar foi como se nada tivesse acontecido, então eu via brilho da escuridão, solitariamente preso ao mundo desértico.
Você sabia que dentro do corpo ainda estava a alma, a voz suave e cansada, o único desejo era poder sorrir sentindo o brilho da felicidade, entretanto, tudo fluía objetivando o desaparecimento.
Exatamente, o destino, do outro lado do caminho estava a sorte perdida, os sinais dos pés manchados pelo solo, frio, escuro e desértico.
O que era para ser foi apenas um grito de ilusão, quanto tempo perdido, todavia, não esquecido, porém, a cognição foi destruída.
As palavras não tinham mais sentido, o que poderia então sonhar tão somente o efeito da solidão, o coração muito duro parecia uma montanha de pedras.
Não teve coragem para dizer obrigado, poderia pelo menos fazer o desespero compreender os sinais do afeto, foi deste modo, o substrato perdido no silêncio ingratidão.
Edjar Dias de Vasconcelos.