NA VARANDA
A tarde passou por mim
quando crepusculei
na varanda.
Tornei-me frescor das
relvas, bicho de chão,
feito formigas, lesmas
e poças - húmus,
nascedouros de minhocas
e moscas.
Desumanizei-me
ao cair da tarde.
No açoite da subversão,
acordo com o sorriso
estrelar da boca da noite.
Essa brisa é somente
um jeito de encanto
antes do silêncio mineral,
quando estarei plenamente
integrado à natureza.
Na varanda jaz o Homo sapiens.