REENCONTROS
Depois que aquele ser for embora
Não sei
Não sou
O homem que vê raios no amanhecer
Mas sei
Mas sou
O poeta que traça certas rotas de fuga.
Após pandemias, restam lembranças
Partidas
Perdas
Quem se foi deixou algo de bom
Momentos
Condimentos
Agridoces para temperar a vida.
Depois que o distanciamento passar
Reencontros
Reencantos
Polindo nossos planos com intenções
Reorientar
Reiniciar
Toda a engrenagem de esmagamentos.
Após ficar em casa e ver ruas vazias
Olhos novos
Velhos corpos
E o que amassa a alma ainda pesa
Velhos medos
Espelhos mudos
E a vaga tentativa de ser diferente.
Obs: Este poema foi publicado na coletânea A humanidade pós pandemia. Falo dele e das demais participações que tive nas coletãneas do Projeto Apparere em 2020 no blog escritosdoclaudio.blogspot.com