REENCONTROS

 

Depois que aquele ser for embora

Não sei

Não sou

O homem que vê raios no amanhecer

Mas sei

Mas sou

O poeta que traça certas rotas de fuga.

 

Após pandemias, restam lembranças

Partidas

Perdas

Quem se foi deixou algo de bom

Momentos

Condimentos

Agridoces para temperar a vida.

 

Depois que o distanciamento passar

Reencontros

Reencantos

Polindo nossos planos com intenções

Reorientar

Reiniciar

Toda a engrenagem de esmagamentos.

Após ficar em casa e ver ruas vazias

Olhos novos

Velhos corpos

E o que amassa a alma ainda pesa

Velhos medos

Espelhos mudos

E a vaga tentativa de ser diferente.

 

 

 

Obs: Este poema foi publicado na coletânea A humanidade pós pandemia. Falo dele e das demais participações que tive nas coletãneas do Projeto Apparere em 2020 no blog escritosdoclaudio.blogspot.com

 

 

Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 14/11/2021
Código do texto: T7385128
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