O fardo de cada um
Cabe a mim não julgar, mas me cabe ajudar a amenizar o fardo de cada um não lançando contra ele a minha ira, minha indignação, meus sentimentos represados de outrora sequelas que se arrastam pela sociedade afora... Não, não cabe a mim, julgar os erros alheios, não cabe a mim, ditar os freios, seus impulsos não são os meus, definidamente, não...
Fardos podem se tornar leves com o tempo. Acostumam-se as criaturas com o peso das palavras duras e impiedosas da sociedade, na verdade, silenciam-se mergulhados no submundo do descaso e do infortúnio.
O fardo de cada um precisa ser respeitado por unanimidade.
Só se reconhece o próprio fardo àquele com quem um dia dividiu com o próximo o mesmo peso de suas angústias e desilusões...
(Simone Medeiros)