Por que voar?

Pobre passarinho... Ainda não sabe voar.

Se soubesses, passarinho, poderias repousar.

Há obstáculos em tua frente onde teimas em chocar.

Como consegues, passarinho, tanta colisão suportar?

Estarás você treinado ou estarás acostumado aos temporais recorrentes?

Onde te escondes, passarinho, quando acochado se sentes?

Se refugias em velhos troncos ou alcanças o pomar?

Tens um cantinho só teu, passarinho, para da exaustão se afugentar?

Preocupas-te tanto em voar, passarinho, que não consegues ir em frente.

Aflito para decolar, passarinho, sempre impaciente.

Exaurido ao tentar, o desfecho é presciente.

Como vencerás, passarinho, sua aponquetação imanente?