Frio Tribunal
Frio Tribunal
A brisa fria que toca o meu rosto
Quando estou no banco do quintal
Talvez ouça os meus pensamentos
Talvez pressintam meus sentimentos
De forma sutil e natural
Essa brisa até me incomoda
Pela intensidade da frieza
Pela sua indiferença no toque
Abordagem à esmos, sem enfoque
Sem rumo, direção ou certeza
Mas por que me moveu a tal brisa
Incomodou e me tirou do banco?
Seria somente a sua friagem
Ou sua dura e precisa sondagem
E seu julgamento cruel e franco?
Sim, porque se lês meus pensamentos
Conheces o que fiz de errado
Sabes meus deslizes e crueldades
Culpas, falhas, desvios e maldades
E me apontas como a um condenado
Por isso, de peito aberto, com coragem
Eu grito a essa brisa que me condena
Atire a pedra que nunca errou
Levante a voz quem nunca pecou
E possa estar livre de fria pena
Acredite, até o Criador
Onipotente e onisciente,
Mesmo justo com suas criaturas,
Não as abandona à frias torturas
Sem tentar perdoar o vivente
E eu, que creio na misericórdia,
Sei que voltarei ao meu quintal
Desta vez sem o vento de outrora
Em novo amanhecer, nova aurora
Sem a brisa fria e seu tribunal
Divino de Paula