Frio Tribunal

Frio Tribunal

A brisa fria que toca o meu rosto

Quando estou no banco do quintal

Talvez ouça os meus pensamentos

Talvez pressintam meus sentimentos

De forma sutil e natural

Essa brisa até me incomoda

Pela intensidade da frieza

Pela sua indiferença no toque

Abordagem à esmos, sem enfoque

Sem rumo, direção ou certeza

Mas por que me moveu a tal brisa

Incomodou e me tirou do banco?

Seria somente a sua friagem

Ou sua dura e precisa sondagem

E seu julgamento cruel e franco?

Sim, porque se lês meus pensamentos

Conheces o que fiz de errado

Sabes meus deslizes e crueldades

Culpas, falhas, desvios e maldades

E me apontas como a um condenado

Por isso, de peito aberto, com coragem

Eu grito a essa brisa que me condena

Atire a pedra que nunca errou

Levante a voz quem nunca pecou

E possa estar livre de fria pena

Acredite, até o Criador

Onipotente e onisciente,

Mesmo justo com suas criaturas,

Não as abandona à frias torturas

Sem tentar perdoar o vivente

E eu, que creio na misericórdia,

Sei que voltarei ao meu quintal

Desta vez sem o vento de outrora

Em novo amanhecer, nova aurora

Sem a brisa fria e seu tribunal

Divino de Paula

Divino de Paula
Enviado por Divino de Paula em 29/10/2021
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