VOU EMBORA

Assim somos feitos,

eternos passageiros

numa existência

de mudanças à galopes

e tamanhas incertezas.

Temos os olhos

voltados para frente…

em auroras infindáveis

do existir.

Enquanto a mim,

sou apenas um único,

pleno e ínfimo

desejo de vontade.

A brisa suave

que nos visita

ao cair da tarde

será somente

um leve resfolego,

enquanto nos preparamos

para seguir.

É certo prosseguirmos.

O passado já está cheio,

quase cheio

ou quase vazio.

Lá estará ele,

visível, mas sempre

bem trancado na vitrine

das nossas memórias.

O futuro, não!

Suas portas

estarão sempre abertas,

é lá que cabe

todas as coisas;

as que eu quero,

as que inventarei

e as nossas quimeras.

É para lá que vou.

Rosalvo Abreu
Enviado por Rosalvo Abreu em 26/10/2021
Código do texto: T7371927
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