VOU EMBORA
Assim somos feitos,
eternos passageiros
numa existência
de mudanças à galopes
e tamanhas incertezas.
Temos os olhos
voltados para frente…
em auroras infindáveis
do existir.
Enquanto a mim,
sou apenas um único,
pleno e ínfimo
desejo de vontade.
A brisa suave
que nos visita
ao cair da tarde
será somente
um leve resfolego,
enquanto nos preparamos
para seguir.
É certo prosseguirmos.
O passado já está cheio,
quase cheio
ou quase vazio.
Lá estará ele,
visível, mas sempre
bem trancado na vitrine
das nossas memórias.
O futuro, não!
Suas portas
estarão sempre abertas,
é lá que cabe
todas as coisas;
as que eu quero,
as que inventarei
e as nossas quimeras.
É para lá que vou.