Um Vaso Velho

Hoje sinto-me melhor, estou pensativa sobre os acontecimentos que vivi.

Percebo que se realmente tivesse a intenção de me isolar do mundo o teria feito. Parei para refletir a respeito de minha condição de ser humano.

Como me sentia.

Sentia-me como um vaso velho, pelo qual as pessoas sentiam desprezo.

Sim um vaso exposto ao sol, à chuva, ao vento, etc. Todos que por ali passam não se importam com aquele vaso, percebem que nele há contido uma planta que possui um pequeno toque de verde, representa vida, Porem Ainda sem valor.

Um dia por este mesmo caminho passa um jardineiro que olhando para aquele vaso sentiu que algo estava errado, aproximou-se e o analisou. Percebendo assim que:

Naquele vaso havia uma planta que continha em sua estrutura muitos galhos secos percebendo assim que estava sufocada em uma terra dura sentiu que algo precisava ser feito ou então aquela planta certamente morreria.

No outro dia ele voltou trabalhou a terra dura. Depois tenta aproximar da planta.

Com uma pequena quantidade de agua começou a tratar aquela árdua terra. Quebrando sua rigidez com uma ferramenta muito delicada começou a remover aquela terra pouco a pouco à planta começou a respirar. Sua raiz começou assim a ser exposta, então a planta sentiu frio, medo, sentiu que a qualquer momento poderia morrer, pois estava sentindo falta da terra rígida que acreditava ser sua base de vida.

Quando pensava não mais aguentar sentiu uma presença era aquele jardineiro se aproximando colocando aquela terra de volta, ela por um momento parou e disse.

- Mas é a mesma terra que estava me protegendo? Sinto que é a mesma terra. Porque ela está tão leve e ao mesmo tempo me protege?

Disse o jardineiro:

Olha planta, observe bem O mundo a seu redor ele é o mesmo ,assim como a terra é a mesma ,agora olhe para dentro de você veja se ai dentro algo não Mudou.

Não precisa responder. Agora. Semana que vem eu volto e continuamos nossa conversa.

A semana passou, o jardineiro chegou à planta olha para ele e diz:

-Eu pensei no que me disse. Refleti em uma conversa muito intima com meus sentimentos descobri assim que o mundo as coisas ao meu redor são as mesmas, porem verdadeiramente meus sentimentos são outros, amo mais a mim assim como amo mais a vida. Não deixarei mais que a rigidez tome conta de mim, mas ainda tenho duvidas amigo jardineiro. Diga como conviver com essa nova sensação de sentir, de amar e desejo de compartilhar, tendo eu vivido aqui presa a este vaso não sou conhecedora de nada além desse jardim sinto-me assustada quando acredito poder sair daqui e conhecer outros jardins.

Como posso aproximar das arvores, das flores se parece que tenho medo até mesmo do capim que parece ser a planta mais rasteira de um jardim.

Quando, sentir permite viver?

Quando o sentir sair de mim.

Quando o sentir deixar de ser um sonho ou pesadelo.

Quando o sentir quebrar o medo.

Quando, sentir me permitir olhar no espelho e confessar a mim mesma o que contém na minha alma.

Quando o sentir não mais me torturar os pensamentos.

Quando o sentir superar o medo de ser.

Estarei pronta para viver o sentir.