Que Empilhem os Corpos

Internaliza-se, trancafie-se

Guarde-se para si

No silêncio de uma noite chuvosa

Não me importa tuas dezenas de mortes

Meu peito aberto, sangrava e expurgava:

Outros corpos e animais de pequeno porte

Objetos de luxo exclusivos e carabinas

Crimes e testemunhas, amantes e álibis

Todos valsando com a vassoura

Uma valsa torta entre tapetes e ameaças

Empilhando línguas de sogras

E dissolvendo comprimidos

Amanhã talvez, eu convulsione

Feche as portas e as janelas

Não me questione, esconda-se

Ordena-me o coronel

Aceite-me como parte infindável tua

O poeta mentiu com todas as forças

Após o estrondo, o silêncio preenche

Não em tons vespertinos de luto

Não confie no Genghis Khan

Eu aprendi a amar com os dedos

Enquanto teu pai aprendera com os bichos

Me perdoe, pois somos o império das serpentinas

Os versos são belos

Aqui se ama, aqui se amaldiçoa

Em berço esplêndido, a morte avalia

Outra criança escorada em ceifadores

A ideia de paraíso lhe corrói

O corpo, a intenção e a memória

Tens em teu peito o teatro de argila

Favor, inventar novos deuses deliberados

Pierrot Ruivo
Enviado por Pierrot Ruivo em 25/10/2021
Código do texto: T7371326
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