Que Empilhem os Corpos
Internaliza-se, trancafie-se
Guarde-se para si
No silêncio de uma noite chuvosa
Não me importa tuas dezenas de mortes
Meu peito aberto, sangrava e expurgava:
Outros corpos e animais de pequeno porte
Objetos de luxo exclusivos e carabinas
Crimes e testemunhas, amantes e álibis
Todos valsando com a vassoura
Uma valsa torta entre tapetes e ameaças
Empilhando línguas de sogras
E dissolvendo comprimidos
Amanhã talvez, eu convulsione
Feche as portas e as janelas
Não me questione, esconda-se
Ordena-me o coronel
Aceite-me como parte infindável tua
O poeta mentiu com todas as forças
Após o estrondo, o silêncio preenche
Não em tons vespertinos de luto
Não confie no Genghis Khan
Eu aprendi a amar com os dedos
Enquanto teu pai aprendera com os bichos
Me perdoe, pois somos o império das serpentinas
Os versos são belos
Aqui se ama, aqui se amaldiçoa
Em berço esplêndido, a morte avalia
Outra criança escorada em ceifadores
A ideia de paraíso lhe corrói
O corpo, a intenção e a memória
Tens em teu peito o teatro de argila
Favor, inventar novos deuses deliberados