Árvore de granito
Vivo a vida vidrada,
Com a poesia da calçada,
E canto pra árvore meu apelo diário!
-Aahh, sinto falta da terra molhada!
Respiro granito, e compartilho meus frutos!
O sol bate amigo, a secar algum mofo das minhas paredes humanas,
que levanto pra proteger meus pés,
que fica com medo de sair na calçada quente,
ali, onde a rua é mais perigosa!
E o meu medo é olhar pra fora,
e ver árvores caídas, sem sequer ter visto a chuva forte que as derrubou!
E têm raízes tristes,
expostas a raios da chuva
e urina de cachorro, adiando a oportunidade de ser reconduzida
à natureza pura, que hora está perdida
dentro das frutas que, por certo,
são as futuras sementes, aguardando
um novo ciclo de vida!