Árvore de granito

Vivo a vida vidrada,

Com a poesia da calçada,

E canto pra árvore meu apelo diário!

-Aahh, sinto falta da terra molhada!

Respiro granito, e compartilho meus frutos!

O sol bate amigo, a secar algum mofo das minhas paredes humanas,

que levanto pra proteger meus pés,

que fica com medo de sair na calçada quente,

ali, onde a rua é mais perigosa!

E o meu medo é olhar pra fora,

e ver árvores caídas, sem sequer ter visto a chuva forte que as derrubou!

E têm raízes tristes,

expostas a raios da chuva

e urina de cachorro, adiando a oportunidade de ser reconduzida

à natureza pura, que hora está perdida

dentro das frutas que, por certo,

são as futuras sementes, aguardando

um novo ciclo de vida!

Vera Mascarenhas
Enviado por Vera Mascarenhas em 25/10/2021
Reeditado em 25/10/2021
Código do texto: T7371028
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