AMBIÇÃO
Venho depor:Sou réu confesso.
Refém da ambição.
Na ânsia de amealhar riqueza,
Cogitei a ilusão
Que podia inserir-me à realeza
Dos que possuem muita grana,
E em razão de tal,
São bem aceitos pela sociedade,
A qual reputo,
Terrível leviatã cuja bocarra
Expele labaredas de maldades!...
Adora a opulência, a luxúria,
Ao pobre relega, detesta.
O seu Deus, é o dinheiro.
Pobreza não é vileza!
Felizmente a vida
Abriu-me os olhos,
Mostrou-me, enfim,
Que eu estava cego,
Fora pego
Pela ambição,
Fora aprisionado
Pelo sonho da fortuna,
Pela desmedida ganância
Por dinheiro.
A verdade
Ê que nunca tive ao meu alcance
Uma vultosa conta bancária,
Uma conta que perfizesse
Em dólares o avance
De vários dígitos
Em paraíso fiscal.
Possuia outrossim,
O mais rico tesouro:
Uma vida plena de dificuldades.
Porem , honesta!