Vida ensimesmada
Vida arrefecida em cada esquina.
Exaspero das promessas concebidas.
Construção indelével desses afetos.
Marcas nas feridas entre desvarios.
Vida de vícios e desterros,
comungada entre paredes, nessa casa.
Revigorada no dia a dia, sem disfarces.
Sempre voraz, entre aromas inebriantes.
Vida disseminada nesses campos,
campos de colibris, de eflúvios, de ternura,
no encanto desse espaço tão efêmero.
Vida alimentando esse langor, esse ardor.
Vida sem ilusão, nem tristeza.
Redenção nebulosa entre suspiros abafados,
nesses meus dias em candura e desatino,
consolidando desvarios, nesse alvoroço.
Vida inconstante nesse caos.
Nitidez de nossos dias em suaves emoções.
Amparada na incerteza de vida vindo.
Construída a cada passo concedido.
Vida é o que me resta nessa luta,
disseminando no meu corpo esse cansaço,
espargindo inflexões nesses ritmos,
nessa vida de ardentes sonhos e desejos.