Ato confuso
Cai ao longe um resto de sol,
acanhados filetes preconizando noite plena.
Me ponho a pensar, divagando nessa tarde branda.
Confusamente percebo essa vida lenta, arrebatando-me.
Lembro-me da casa aconchegante ao pé da serra.
Confusamente me deparo com esse noturno silencio,
nessa cálida noite uma melancolia me entorpece,
abrasando-me nesse manto doloroso de silencio.
Noite plena, refletindo esse deserto sombrio, dessa vida.
Desejos secretos se apossam de meu corpo,
Recônditos segredos resplandecem nessa noite morna.
Ironia é o que fica nessa prostração, na tua ausência.
Arrebatamento de desejos eclodem em meu ser confidente.
Nessas noites mansas, descuidado desamparo me aniquila.
Tua expressão lânguida ressurge suplicante, flagelando-me!
Vagarosamente absorvo esses desejos imprudentes.
Outra vez esse abandono, no silencio dessa casa...
Consumindo em desordem essa noite sonolenta.
Ficou tarde demais para esses encontros de pernas ardentes.
Branda lassidão invade esse quarto, me resigno.