Desamparo.
Desamparo,
Não paro,
Amparo sou.
.
Caminhante cansado da luta
Injusta,
Remendo de mim,
Ainda colho forças
Das ervas daninhas deste jardim
Que enroscam em minhas pernas,
- encosto –
.
Quase caio, quase vacilo,
Mas continuo o caminhar agora insano
Porque de resto eu sou o dano
Indefinido e indelével
.
Por existir eu profano
Doces palavras, mentiras gentis
Dos ímpios, dos humanos caprichos.
Sou vicio,
Lixo
.
Sou o resto da dignidade
Que grita por humanidade
Nos desérticos sentimentos,
Nos gritos e lamentos.
Soltos na imensidão de vidas vazias
De sentido.