RETRATOS DA VIDA

RETRATOS DA VIDA

Carlos Roberto Martins de Souza

Quando vejo aquela casinha singela

Bem ao lado de uma estrada de chão

Pedaço onde a vida é simples e bela

Lugar de paz na alma e no coração

Abandonada nas adversidades de vida

Ficou como uma foto na lembrança

De alguém que um dia fez ali guarida

Depositou naquele lugar a esperança

Uma cerca e uma porteira na entrada

Com aquele velho mata-burro ao lado

Feito com suor e com muita martelada

Para impedir a passagem do gado

Foi erguida com sonho ao pé do morro

Lá tinham as roupas limpas no varal

Na entrada uma casinha do cachorro

Era uma farta horta naquele quintal

Lá não havia luz elétrica e nem muro

Só tinha luz de lamparina ou lampião

Era dureza se caminhava no escuro

Era só ar puro e não havia poluição

Lá na roça não se falava em violência

Muito menos na tão maldita corrupção

Tinha o casebre feito com inteligência

Cheiro de fumaça vinda do velho fogão

Frutas no pé e o cheiro de curral de boi

O cantar das aves na sinfonia em louvor

Era muita fartura do tempo que se foi

Tinha muita água na fonte e cheiro de flor

Era um lugar onde brotava a felicidade

Naquela casa abandonada há histórias

Que não existe no conforto da cidade

As vantagens do campo são notórias

São retratos da vida que o tempo levou

Deixando marcas sombrias e dolorosas

Mostrando que a história não acabou

Deixando imagens lindas e saudosas

Carlos RMS
Enviado por Carlos RMS em 05/10/2021
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