COITADO DO BRASILEIRO
COITADO DO BRASILEIRO.
Carlos Roberto Martins de Souza
Vem chegando o tempo de eleição
Nós teremos que assistir no jornal
Sem poder ter nenhuma outra opção
O maldito e idiota programa eleitoral
Vai ser circo de candidato e falação
Veremos sempre o mesmo bosteiro
Com aquela velha esculhambação
Com malditos ocupando o picadeiro
Nunca vi em outro lugar maior salseiro
A briga feia entre o sujo e o mal lavado
É triste! Coitado do povão brasileiro
Este nosso velho Brasil está lascado
Ficha suja não podia disputar a eleição
E como na nossa política nada se cria
Liberaram! Gritarão seu nome em vão
Porém o povo desinformado não sabia
Que o tal partido sorrateiro o enganava
Tratando o eleitor como irmão de fé
Vendo um miliciano que se danava
Elegendo um presidente um Zé Mané
Na última eleição uma faca apareceu
Misteriosa e sutil no meio da multidão
Foi um golpe de mestre que promoveu
A cadeira de presidente um Capetão
Não sei de quem foi aquela invenção
Nem quem aquela mão má ergueu
A faca feriu um desconhecido cidadão
Com o crime aquele vitimado cresceu
Foi um golpe comovendo o povo inteiro
Uma facada no bucho bem planejada
E vimos ele chegando a ser o primeiro
Mesmo sem ser o cidadão preparado
Hoje o Brasil tá numa grande enrascada
O Capetão faz suas ameaças veladas
Tem medo danado de numa emboscada
As suas canalhices serem silenciadas
Vi ele arrotando toda a sua arrogância
Sendo contraditório no seu interrogatório
Usava do deboche e da discrepância
Mal sabe ele vai acabar no purgatório
Pela sua ignorância e seu jeito coiceiro
Não é herói nem um sujeito ajuizado
O cabra é mesmo um bom cirandeiro
No popular ele é um jumento batizado
Vivemos nesse cabaré de quinta
Que o tal Cabral chamou de Brasil
Estamos numa nação sem rumo
Que de corruptos e ladrões virou covil
À deriva este nosso "Cruzeiro Povo"
Navega em mares da insegurança
O que é certo ou errado nada é novo
Já não traz mais nenhuma lembrança
A classe política e a justiça brasileira
Os cabras só sabem fazer lambança
Cada qual disfarçado a sua maneira
Vão manchando a nossa lembrança
Sinceramente uma luz no fim do túnel
Eu não consigo jamais vislumbrar
O governo não cumpriu o seu papel
Do jeito que a coisa anda vai afundar
Porque em cada um destes partidos
Seja de esquerda ou seja de direita
Só vejo mesmo muitos bandidos
É difícil ver alguém de vida perfeita
Olha que não caprichei nas palavras
Me contive e nem quis me explicitar
A disputa é ferrenha nas bravatas
E eu nem sei em quem devo votar
Sem pátria vitoriosa sofre o brasileiro
A luta é inglória nada é alvissareiro
Nós estamos a deriva sem paradeiro
Na poesia dou meu recado matreiro
O Brasil está mesmo ferrado