O passado que mergulho.
prendo-me ao costume de olhar o passado,
de investigá-lo
incessantemente
atrás dos artistas e das músicas,
ainda desconhecidos.
atrás de obras, esculturas e belas pinturas;
atrás
de estudar culturas e de tentar compreender
comportamentos, filosofias, pensamentos...
atrás, sempre atrás
do mundo ultrapassado;
daquilo que, atrás de mim,
permanecerá eternamente imutável...
não mergulho mais naquele meu passado,
o pessoal, o indecifrável e inesquecível.
não mergulho mais
nas decisões estúpidas,
nas decorrências catastróficas,
nos fracassos, e nas desistências,
nos derradeiros abraços que partiram
meu corpo ao meio...
não me açoito propositalmente,
nem mergulho mais
no (auto) julgamento
impiedoso, decisivo, e intransferível...
neste passado, amargo o medo
de ancorar.
[dsouza]