CIBERNÉTICA
CIBERNÉTICA
Para a Filosofia o ar é o "sopro da vida",
a alma,
o vento, o movimento.
Aqui agora, diante desse cenário espetaculoso,
da Arte que sai das tintas e pinceis
para engrenagens metálicas automáticas.
Essas coisas são tão estranhas
tão assustadoras,
organismos ciberneticamente passeando...
Ai, que medo!
A inteligência humana criou isso
enquanto ainda somos revestidos de camada proteica,
pele sensivelmente reativa,
porosa, elástica!!!
Sei não...
nossa frágil mobilidade,
a reprodução celular semanal,
nosso tecido biológico vivo
não podem perder o calor,
a maciez,
a sensibilidade...
Não pode estourar núcleos de genes,
O código genético espiralado que nos transforma.
Não.
Sinto medo disso tudo,
medo dessa frieza brilhante,
medo dessa máquina dura e inquebrantável, resistente.
Medo, muito medo de toda essa construção.
Amo minhas plantinhas sensíveis
que necessitam de água, luz e calor,
amo minhas gatinhas peludinhas que se lambem,
meu cãozinho transpirando pela língua.
Essas criaturas que não são mais futuras são do agora
me assustam, cortam, esmagam,
são rígidas, duras.
Não,
Não estou preparada para essa realidade tecnológica.
Não estou mesmo!
Prefiro a maciez,
a sensibilidade,
a delicadeza,
a suavidade,
a fragilidade,
a elasticidade...
E até mesmo, a dor.
Prefiro a "bio".